Mãe preta é igualzinha às outras, só tenta disfarçar que não se importa, que não quer saber, projectando toda a responsabilidade nos filhos.
Mas chega uma altura que a "coitada" não consegue mais. Tem que ser galinha, proteger a cria com todas as garras, embora de uma forma um tanto ao quanto distorcida :
Ela, a mãe, começa a sentir "saudade" da filha que já não está em casa, pelo menos não tanto quanto ela gostaria e adopta o sistema de ligar todos os dias, de manhã, à tarde, à noite, não importa. Ela liga quando a saudade "bate".
Mãe: Onde estás?
***** tu pensas: Onde estou ou como estou? E respondes: em casa.
2º dia, volta a ligar
M.: "Onde estás?" antes de começar qualquer assunto.
***** tu outra vez: será possível que ela não se lembra de perguntar como estou?
E ela continua: Onde estás?
Bem, sendo que ela insiste, voltas a responder que estás em casa ou no trabalho.
O mesmo episódio volta a repetir-se durante dias a fio.
Tu começas a estranhar tanta insistência em saber onde estás e não como estás.
Ela bem que se importa com o teu estado, mas faz a pergunta sempre ao contrário. No entanto não é por acaso.
Passa uma semana, duas semanas até que ela desabafa:
Ouvi dizer que estás casada!!!
Imagine-se isto!
Ela angustiada durante mais de duas semanas, a ligar todos os dias, com a cabeça em água porque ouviu dizer que a filha casou
Uma mãe que passou a vida a planear o casamento da filha, para depois saber do sucedido por portas travessas?!
Pas possible!!!
No último telefonema que faz em que a pergunta persiste: "Onde estás?" A resposta é outra pergunta: Mas porquê insistir em saber onde estou? Se não estou em casa estou no trabalho, é uma rotina implacável!
Mas perante a revelação entende-se o ritual do "onde estás?"
Não casei, ando sozinha como sempre e ela foi incapaz de perguntar directamente!
Para mim essa é a prova do medo delas: perderem-nos sem dar conta